quarta-feira, 22 de agosto de 2007

Euribor volta a negociar no nível mais elevado de mais de seis anos


As taxas Euribor continuam a subir em todos os prazos e estão a negociar no nível mais elevado desde Maio de 2001. Nem as injecções de capital por parte do Banco Central Europeu (BCE) e da Reserva Federal (Fed), nem a redução da taxa de desconto nos EUA contribuiu para que estas taxas recuassem.

A Euribor a seis meses, o indexante mais recorrente no crédito à habitação em Portugal, subiu hoje para os 4,67%, o que representa o nível mais elevado desde Maio de 2001. A Euribor a 3 e 12 meses também tocaram hoje nos valores mais altos desde Maio de 2001, nos 4,664% e 4,676%, respectivamente.

As taxas Euribor têm vindo a subir nas últimas semanas, muito devido à instabilidade vivida nos mercados financeiros.

O BCE e a Fed injectaram no mercado dinheiro para combater a escassez de liquidez que se fez sentir após as quedas abruptas nos mercados financeiros.

Ainda na sexta-feira, a Fed cortou a taxa de desconto em 0,5 pontos percentuais para os 5,75%, ou seja a taxa a que empresta o dinheiro à banca, um factor que animou a negociação das bolsas, que entre sexta e ontem recuperaram parte das perdas das duas últimas semanas.

Hoje os mercados financeiros europeus voltaram às quedas, com os investidores menos confiantes e com o aumento dos receios de que a crise hipotecária não tenha chegado ao fim, o que poderá provocar perdas significativas para a banca.

A Euribor (Euro Interbank Offer Rate), uma taxa interbancária (média das taxas da oferta de fundos praticada entre bancos), que resulta de um painel de 57 bancos de países da União Europeia e de terceiros países, escolhidos por serem particularmente activos no mercado do Euro, continua a avançar em todos os prazos.

A Euribor costuma reagir à expectativa do mercado em relação à política monetária para a Zona Euro, mas nos últimos dias tem reflectido a instabilidade do mercado e a liquidez reduzida.

Até à crise se ter espalhado no mercado financeiro, a Euribor estava a reflectir a expectativa de subidas de juro por parte do BCE. As estimativas apontavam para uma subida para os 4,25% em Setembro e para os 4,5% no final deste ano ou início de 2008. Estas estimativas que eram dadas como uma evolução quase certa deixou de o ser, com o mercado a recuar nas expectativas. Agora aguarda-se pela reunião do BCE de Setembro para saber se a autoridade monetária vai prosseguir com os aumentos de juros.

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